terça-feira, 14 de março de 2017

Comunhão Fechada: Prática da Igreja Cristã ao Longo da História

“Ao longo da maior parte de sua história, a Igreja tem normalmente praticado a comunhão ‘aproximada’/‘fechada’, isto é, reunindo no círculo da Santa Ceia a família da congregação e daqueles que compartilham com a sua fé e, ao mesmo tempo, pedindo que aqueles que não fazem parte da família que não participem. A prática da comunhão ‘aberta’ – na qual todos são admitidos livremente à Santa Ceia – surgiu num período bem posterior da história da Igreja naqueles territórios onde a doutrina da presença real do corpo e sangue de Cristo e o significado do sacramento, em geral, não eram devidamente valorizados. Na Igreja Antiga aqueles que ainda não eram batizados eram convidados a deixarem a assembleia depois do sermão, antes da recepção da Santa Ceia. Essa prática da igreja reforça o significado do que Deus faz nos Sacramentos pelo seu povo.” (KOLB, Robert. The Christian Faith: a lutheran exposition. St. Louis: Concordia Publishing House, 1993, p. 238-239.)

Precisamos, a partir das afirmações do Rev. Prof. Dr. Robert Kolb, destacar duas coisas: a prática da comunhão fechada não é algo que a Igreja inventou hoje. Ela é uma prática antiga, que remonta aos pais da Igreja. Com o passar dos anos, em territórios e entre grupos que não acreditavam na presença real do corpo e do sangue de Cristo na Santa Ceia é que se passou a admitir todo mundo à Santa Ceia ou à práticas mais “abertas”. Possivelmente isso se deu porque várias denominações creem que é a fé do comungante que faz com que o corpo e o sangue de Cristo estejam presentes e sejam recebidos na Santa Ceia. Logo, o que não crê estaria recebendo apenas pão e vinho. Isso não está de acordo com o que a Escritura afirma, “a pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo” (1Co 11.29).

O segundo destaque: há aqueles que dizem que a Missão da Igreja e a prática da comunhão fechada não podem andar juntas. Que essa prática atrapalha a missão, que ofende pessoas, etc. A história da Igreja mostra o contrário. A Igreja Antiga tinha a prática da comunhão fechada como regra e a Igreja não parava de crescer. Esse argumento, portanto, cai pelo crivo da História da Igreja. Cai pelo crivo da prática pastoral atual, pois o pastor luterano vai ensinar e orientar sobre a Santa Ceia e sobre o por quê de a Igreja Evangélica Luterana receber apenas seus membros na Santa Comunhão.

Um comentário:

  1. Minha igreja pratica a Comunhão fechada - e eu concordo, mas penso que por uma questão de coerência com o Mestre Jesus, deveríamos celebrar a Santa Ceia não em cultos públicos, abertos, mas em cultos eucarísticos, em horários específicos para os membros. Assim como Jesus, não celebrou a Santa ceia num momento e espaço público, aberto a todos, mas num momento exclusivo, num local reservado, num encontro só com os discípulos.

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